A um dia do safari
Quem não sabe é como quem não vê e quem não pergunta fica ignorante. Desde ontem que tentamos contactar uma empresa para fazermos um tour em Katutura township – um subúrbio da capital, habitada por negros e que remonta aos tempos do apartheid –, mas sempre que se liga o telemóvel a gravação de uma telefonista simpática informa que aguardemos, pois a chamada está a ser reencaminhada. Ontem, por ser Domingo, tinha alguma lógica, mas assim continua hoje de manhã. Estranho, teremos de adiar a visita para o último dia em Windhoek.
Entretanto, optamos por ir até à sede da Wilddog safaris para confirmar a ida de amanhã e saber se tem adaptadores de electricidade, porque o que trouxe não serve neste tipo de tomadas. Seguimos até ao endereço que consta no lonely planet mas encaramos com uma casa fabulosa, rodeada de um jardim lindíssimo com uns 3 ou 4 cães queridíssimos, apesar de serem de guarda, mas não há sinal da tabuleta que indica a empresa.
Depois tentamos o telefone e somos recebidas pela mesma gravação. Mandamos um e-mail a confirmar que já estamos no país mas horas mais tarde ainda não tinham confirmado. Finalmente, dizem-nos na recepção do albergue que temos de marcar 0 antes do número de telefone. Para nós o que parecia ser uma chamada local, afinal não o é.
Não estou preocupada, pois eles virão certamente buscar-nos amanhã, contudo tudo se teria resolvido se soubéssemos que era necessário o tal zero.
Hoje e amanhã (15 e 16 de Novembro) são dias de eleições da Namíbia para o Parlamento e Presidente da República. Concorrem vários partidos mas tudo indica que o SWAPO vai ser o vencedor, com um novo candidato, que não o Sam Nujoma, o único presidente eleito e reeleito desde 1990. Na cidade deparamo-nos com duas longas filas de eleitores que aguardam a entrada na assembleia de voto.
Vamos de táxi até um centro comercial na extremidade da cidade e ficamos fascinadas com a qualidade da construção e das lojas. Já no centro da cidade se encontram lojas muito modernas com excelentes artigos e o centro comercial vem confirmar ainda mais a ideia de que estamos num país, pelo menos numa capital, onde não falta nada e tudo tem qualidade. Uma cidade do primeiro mundo. Claro que não se vêem nestes restaurantes, lojas e centros comerciais pessoas de classes sociais muito baixas porque, creio, não têm poder de compra. Vêem-se essencialmente brancos, mestiços e gente nativa mas que deve poder comprar, pois o seu aspecto indica isso.
Os taxistas para os percursos mais curtos levam N$11, mas o táxi leva mais gente, caso haja lugar. É muito comum ouvir-se o toque da buzina para avisar que vão a passar e que tem lugar. Uma autêntica carreira de táxis por todas as ruas da cidade.
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