Vou com este post dar início ao relato da minha última grande viagem – Namíbia e Luanda-, realizada em Novembro de 2004. Não sei ao certo quantos posts serão, vou tentar que tenha periodicidade semanal, e garanto-vos que vou até ao fim. Servir-me-ei das notas que tirei no meu caderno preto de capa dura, das mais de 900 fotos e das muitas recordações que guardo na memória. Passados 2 meses do início da mesma, creio que é o tempo certo para lembrar o essencial e ainda não ter esquecido algum acessório.
O país
Nunca tinha ido a África, nem a Marrocos, como grande parte dos portugueses, e os relatos daquele continente entusiasmavam-me a visitá-lo. Era, ainda, o único continente onde não tinha estado, com excepção da Antárctica, daí a opção, em parte influenciada por um projecto de férias adiado da minha companheira de viagem.
Recordo-me que quando ela me falou pela primeira vez, há cerca de 2 anos, na Namíbia, e me pediu para pesquisar na net sobre passagens para a capital daquele país, tive dificuldade em perceber o nome da capital – Windhoek. É que a Namíbia é um daqueles países sobre o qual ninguém fala, não abre telejornais, não está em guerra, como grande parte dos países africanos, e os seus habitantes não morrem de fome.
Vários artigos escritos sobre o país descreviam-no como “a África que resulta” pela sua organização, limpeza, desenvolvimento e paz. Parecia ser o país certo para iniciar o meu contacto com o continente negro. Não estava muito interessada em passar umas férias stressantes pela presença de fome, doença, desarrumo, confusão e sujidade, da maior parte dos países africanos e asiáticos. É que já lá estive, na Ásia, e irei certamente voltar, são excelentes destinos de férias, mas desta vez queria ir a um lugar onde não me sentisse mal por poder gozar de bem estar, enquanto os locais passam necessidades. Desta vez, queria esquecer que o mundo não é ainda um bom lugar para viver para a maioria dos povos. Queria apreciar o calor de África, o cheiro de África, a vastidão de África, o pôr-do-sol de África, sem remorços.
A Namíbia é um vasto e jovem país na costa atlântica africana, a sul de Angola e a norte da África do Sul. Em 1884, declarado por Bismarck um protectorado alemão (Sudoeste Africano) e conquistado pela África do Sul durante a I Guerra Mundial, os namibianos iniciaram em 1966 a luta pela sua libertação com o movimento SWAPO, confrontando-se com a África do Sul, o que levou à independência do país em 1990.
O país ocupa 825,418 km², possui uma população de 1 800 000 habitantes (2 pessoas por km²), sendo destes 86% africanos, 7.4% mestiços e 6.6% brancos e as línguas predominantes são o inglês, afrikaans, alemão e herero.
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