26.5.05

Viagem à Namíbia (XVIII)

O último dia

A última noite em Windhoek foi novamente no Chameleon Backpackers. Outros turistas tinham acabado de chegar e o círculo voltava ao seu início.

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Arrumo os sacos, deixo-os na recepção e sigo para a cidade para tentar fazer as compras de Natal. Desde há alguns anos que tenho optado por esta modalidade – quando vou de férias próximo do fim do ano trago as prendas de Natal, não são muitas, a família é reduzida e eu não alinho pelo consumismo – os familiares são presententeados com algumas peças exóticas e eu não me envolvo nas confusões das compras em período pré-natalício.

Vamos até ao aeroporto no táxi que nos transportou a Dan Vijlion, despachamos os sacos no balcão da TAAG, dirigimo-nos à sala de embarque, procuramos um restaurante, dado que a hora do almoço se aproxima mas deparamos unicamente com um pequeno bar e uma loja. Contentamo-nos com umas bebidas e uns chocolocates do free shop. Compro um livro sobre a Namíbia, tiro as últimas fotos e vamos para bordo.

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Apesar dos lugares virem marcados no bilhete, dentro do avião não se respeitam estas indicações, o que gera alguma confusão e, tal como dizem os brasileiros, caímos na real – a Namíbia não existe ou então é uma enorme excepção para confirmar a regra de África.

Ainda fico 3 dias em Luanda, mas essa é outra história e ficará para outra oportunidade.


Anotações pós-viagem

O saco levado na viagem não foi a melhor a opção. Todas as indicações dos operadores de safaris iam nesse sentido – saco com tamanho limite até 90 cm x 4 cm e 15 kg, não usar mala dura e nunca se referiram a mochila. Optei por um saco com duas alças, que à partida do aeroporto das Lajes tinha 15 kg mas que regressou com 23 kg. Para além do peso, o tamanho não facilita a sua deslocação. As rodas fizeram falta, portanto, da próxima vez levo mochila ou saco mais pequeno com rodas.

A preocupação em nos atafulharmos com medicamentos e roupa também não se justificou. Na Namíbia há de tudo como em qualquer outro país desenvolvido. O único obstáculo seria o facto de estarmos em locais pouco povoados mas não seria necessário levar tanta quantidade. Também não seria necessário levar tanta roupa, pois em países quentes é possível lavar e ficar seco no dia seguinte.

Um saco-cama teria dado jeito para não termos que dormir com sacas a cheirar a outros.

A melhor altura para ver animais é em Junho porque eles rondam os charcos existentes e só temos de os procurar lá, contudo as noites são muito frias nessa altura do ano. Setembro e Outubro são, portanto, os meses mais indicados para quem procura dias e noites quentes. O calor atinge o seu auge em Janeiro mas é também a altura em que chove mais.

As estradas namibianas estão repletas de locais de descanso para o viajante. A 1 km de distância o sinal de trânsito, onde está desenhado uma árvore, uma mesa e dois bancos, anuncia a presença desse local. Percorrida essa distância lá encontramos a árvore para nos proporcionar a sombra, a mesa e os bancos feitos em cimento e um caixote de lixo, normalmente feito a partir de um bidão preso numa estrutura. Todos muito pintados e limpos.

Em vários estabelecimentos comercias deparei com a indicação escrita à entrada de que era reservado o direito de admissão. Resquícios de apartheid? Não gostaria de pensar assim, contudo também não é fácil pensar de outro modo. Confirmam-me que estou certa, mas mais dissuador do que estes anúncios é o próprio hábito dos pretos em não frequentarem determinados sítios a que não foram habituados por lhes ser interdito anteriormente. Uma outra forte razão é o poder de compra reduzido da maioria dos nabimianos para adquirirem produtos de luxo ou de marcas.

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