22.5.05

Viagem à Namíbia (XVII)

Safari - Dia 7 - Swakopmund
Aprox
. 5hrs (350 km)
Regresso a Windhoek

Esta manhã não temos actividades programadas, ocupamo-la consoante os nossos interesses e são muitas as propostas das empresas turísticas – esquiar na areia, fazer pára-quedismo acompanhado, voar pelo deserto e costa dos esqueletos, ou simplesmente andar pela cidade. Opto por uma viagem de avião que me leva até mais ao sul (Sossusvlei), onde poderei apreciar as dunas mais altas do mundo.

Image hosted by Photobucket.com

A empresa Bush Bird – adventure flights & safaris vem buscar-nos logo de manhã ao chalé, após o pequeno-almoço, e leva-nos até ao aeroporto. Somos 5 e contamos com umas horas inesquecíveis. Pagamos a viagem junto ao balcão e dirigimo-nos à pista - o avião é pequeno, muito pequeno mesmo. Guardamos as mochilas na “bagageira”, equipamo-nos com os auscultadores para podermos ouvir o piloto e levantamos voo. O Wolf senta-se à frente ao lado do piloto, eu vou ao meio com a Cris e a Anette e a Julia seguem no banco de trás.

Image hosted by Photobucket.com

O percurso é feito para sul ao longo do rio Kuiseb, seco na maior parte do ano, mas com muita vegetação junto às margens, o que denuncia a existência de água suficiente para manter o contraste da paisagem entre o verde e a areia avermelhada. Depois entramos na área de Sossusvlei com as dunas esculpidas pelo vento, de uma beleza rara. Estas atingem os 350 m e são as mais altas do mundo. De seguida passamos sobre antigos campos de extracção de diamantes com as casas abandonadas, ruínas expostas ao vento e equipamento a enferrujar espalhado por uma vasta zona.

Image hosted by Photobucket.com

Viramos para Noroeste, entre terra e mar, e podemos novamente observar os restos de navios naufragados; a baía Sandwich, um local privilegiado de visita de mais de 145 000 espécies de pássaros no Verão, devido à existência uma zona húmida; as salinas, na baía Walvis, onde se produz mais de 400 000 toneladas de sal por ano; a cidade de Walvis Bay e novamente Swakopmund.

Menciono todos estes lugares porque sigo o folheto distribuído pela empresa, pois não tive grande oportunidade de apreciar e gozar a paisagem. Lá de vez em quando abria um olho, fazia um esforço enorme para elevar o braço e tirar uma fotografia, mas na verdade foi um alívio aterrar depois de 2 horas no ar. Problemas com o meu ouvido interno transtornaram-me o voo de tal maneira que todo o pequeno-almoço veio cá para fora e já não havia sacos de plástico e lenços de papel a bordo que aguentassem com tamanho abastecimento. Atribulações de quem foi abastecida com comprimidos para enjoo mas que não se lembrou de que iria precisar deles naquele voo inesquecível.

Regressamos à cidade, lancho rapidamente umas torradas com chá e apresso-me para o autocarro para aquele que será o último troço de um safari fantástico.

Image hosted by Photobucket.com

Paramos já um pouco tarde para o almoço junto a uma mercearia de província que vende de tudo, montamos pela última vez a cozinha, compro algumas prendas e seguimos via Okahandja, onde já tínhamos parado no início da viagem. Procuro o jovem angolano, a quem tinha prometido adquirir algum artesanato – não está fácil encontrá-lo, pergunto por um angolano e aparecem-me vários, todos querem fazer negócio, mas finalmente lá está ele ao fundo da tenda. Compro-lhe 2 colares para as sobrinhas e 3 malgas em madeira feitas pelo tio.

Chegamos à capital ao fim do dia, somos distribuídos pelos respectivos alojamentos e vamo-nos despedindo aos poucos. Gostámos de conviver durante uma semana e ainda programamos um jantar juntos no Roof of Africa. Não vêm todos mas somos ainda um grupo de cerca de 12 pessoas que acabam a noite no local mais turístico de Windhoek – Joe’s Beer House – um enorme complexo de restauração e bar com muitas esplanadas espalhadas pelo jardim, com uma decoração rústica e um ambiente fantástico. As mesas estão todas cheias e são às dezenas e só presenciei um mulato sentado. É essencialmente um local para turistas e comunidade branca na Namíbia.

Image hosted by Photobucket.com

Do grupo do safari, uns seguem ainda para Sul para novo safari de 7 dias, outros regressam amanhã a casa, há ainda os dois casais canadianos que vão para a África do Sul e as duas amigas que vivem em Londres e que continuam viagem pelo mundo durante 3 meses. Todos eles eram fantásticos e para além das fotos e da memória ficam os nomes que se conseguiram fixar: a sueca Anette que vive em Greenwich Village, Londres, há 15 anos, para onde veio estudar inglês e ficou; a amiga Sophie, filha de mãe suíça francófona e certamente pai inglês, pois é inglesa; o enorme sueco que estudou na Alemanha e um dos pais é alemão, tendo lá feito a tropa, estudou matemática e computadores; o polaco (de passaporte) Wolfgang, que trouxe mais de 45 rolo de fotografias e que é tradutor para alemão; a alemã Júlia, que tem um primo piloto na Namíbia, a quem veio visitar, e que reside em Hamburgo e está ligada a fotografia ou cinema; a britânica de Gales, Sarah, que faz investigação na área de biologia marinha; o Charles sul-africano, neto de irlandês, francês, alemão e holandês; o canadiano Donald e a sua mulher Carol; a inglesa Hillary; o inglês Steve; a espanhola Joshua e os outros de quem guardo memória mas não fixei o nome.

Sem comentários: