Há uma lua nesta manhã de luz.
Custa-me acordar, porque me custa sair de mim, voltar ao exterior, ao dia demasiado azul, ao barulho, ao sol sem tempo.
Mas esta manhã, há algo semelhante à noite, ao silêncio, ao teu rosto dentro do meu rosto e é segura – a manhã - para passar à festa de ti.
A lua está já a cair, mas recorta o céu, sobrancelha horizontal, no teu rosto oval. E dói-me sair do calor nu onde me aninho – mãe da madrugada. E curvo-me, a apanhar o silêncio com que faço o itinerário de todos os dias. Como quem apanha frutos para matar a fome. Para matar o tempo que falta queimar. Para matar a morte.
Sou obrigada à rotina da água, à roupa, à rua.
Luísa Ribeiro
Fórum independente vocacionado para a discussão de ideias e promoção de todo o género de eventos culturais e de intervenção cívica.
Os gatos reunem todas as Sextas-feiras, na Miragaia, em Angra do Heroísmo.
13.8.04
gata aniversariante
Solicita-se autorização à gata aniversariante para colocar no Tiribé um cheirinho do recital de nós 4 - o 10.º segredo.
12.8.04
Parabéns a você nesta ...
... data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida para a nossa querida companheira gata, cujo pseudónimo não me consigo lembrar, dado que é um daqueles bichos que nunca se conseguiu registar no Tiribé. Adiante ...
Lá estaremos nós os 4 hoje à noite com o 10.º segredo.
Beijinhos. Miauuuuuuu!
Lá estaremos nós os 4 hoje à noite com o 10.º segredo.
Beijinhos. Miauuuuuuu!
4.8.04
La donna delle Azzorre
"La donna delle Azzorre" - A Senhora dos Açores - da italiana Romana Petri, obra editada em Portugal pela Cavalo de Ferro, localiza a sua trama na ilha do Pico, e será certamente uma excelente leitura de Verão. O Pico está lá todo em toda a sua grandeza de lava, gentes, espaço e cheiros.
Romana Petri esteve recentemente nos Açores e falou da sua escrita. Os livros surgem-lhe como uma urgência, da necessidade imediata de os escrever, pelo que não se força a fazê-lo. Assim surgiu A Senhora dos Açores no decurso de uma viagem à ilha do Pico onde se tinha deslocado para, num local calmo, tentar adiantar um romance que tinha entre mãos há cerca de 3 anos. A urgência de escrever esta história fê-la interromper o romance e em poucas semanas surgiu a obra que veio a ser premiada pela crítica italiana com o Prémio Grinzane Cavour para a narrativa italiana, em 2002.
Segundo a autora, uma das características da sua obra é a musicalidade. Ela tenta criar frases musicais e escreve um livro com a intenção da frase poder ser cantada. Tal característica poderá dever-se ao facto de o pai ter sido um cantor lírico e desde muito nova ouvir música, principalmente melodrama, e isso marcou-a ao ponto de tentar sempre cantar as frases dos seus textos.
"Una donna italiana, umbra e insegnante di francese, approda sull’Isola di Pico, nelle Azzorre. Il suo soggiorno è una lenta progressione dello smarrimento dell’anima, dell’alienazione dalla realtà esterna. Abbandonandosi alle suggestioni di un paesaggio straordinario ed esotico e di un popolo a lei estraneo, la protagonista si perde, distaccandosi dai canoni della civiltà occidentale. Vive in uno stato quasi allucinato che trova complicità nell’infinità del mare, nella vegetazione triste e selvaggia dell’Isola. La sofferenza dell’anima sembra quasi proiettarsi e trasfigurarsi sia nell’ampiezza del paesaggio, sia nel vibrante dettaglio dei fiori e dei sassi. Isola e anima diventano un’unica cosa, luogo geografico e metafora esistenziale allo stesso tempo. Realtà e fantasia si compenetrano e l’anima della scrittrice (e quindi la scrittura stessa) passa da esplosioni di felicità iridescente a un vuoto cupo e senza soluzione. Ma una soluzione c’è, come una trama e per quanto suggestivo e fuorviante, questo romanzo approda a una conclusione netta, che non lascia spazio a interpretazioni.
"La donna delle Azzorre (Piemme editore) è l’opera di un’autrice, italiana, Romana Petri, fra le più stimate. E che meglio riesce a rendere sulla pagina gli aspetti più ambigui dell’animo umano. Una lettura che ci distacca dalla quotidianità per trasportarci su altre terre, su altri stati d’animo."
Alberto Grandi
Romana Petri esteve recentemente nos Açores e falou da sua escrita. Os livros surgem-lhe como uma urgência, da necessidade imediata de os escrever, pelo que não se força a fazê-lo. Assim surgiu A Senhora dos Açores no decurso de uma viagem à ilha do Pico onde se tinha deslocado para, num local calmo, tentar adiantar um romance que tinha entre mãos há cerca de 3 anos. A urgência de escrever esta história fê-la interromper o romance e em poucas semanas surgiu a obra que veio a ser premiada pela crítica italiana com o Prémio Grinzane Cavour para a narrativa italiana, em 2002.
Segundo a autora, uma das características da sua obra é a musicalidade. Ela tenta criar frases musicais e escreve um livro com a intenção da frase poder ser cantada. Tal característica poderá dever-se ao facto de o pai ter sido um cantor lírico e desde muito nova ouvir música, principalmente melodrama, e isso marcou-a ao ponto de tentar sempre cantar as frases dos seus textos.
"Una donna italiana, umbra e insegnante di francese, approda sull’Isola di Pico, nelle Azzorre. Il suo soggiorno è una lenta progressione dello smarrimento dell’anima, dell’alienazione dalla realtà esterna. Abbandonandosi alle suggestioni di un paesaggio straordinario ed esotico e di un popolo a lei estraneo, la protagonista si perde, distaccandosi dai canoni della civiltà occidentale. Vive in uno stato quasi allucinato che trova complicità nell’infinità del mare, nella vegetazione triste e selvaggia dell’Isola. La sofferenza dell’anima sembra quasi proiettarsi e trasfigurarsi sia nell’ampiezza del paesaggio, sia nel vibrante dettaglio dei fiori e dei sassi. Isola e anima diventano un’unica cosa, luogo geografico e metafora esistenziale allo stesso tempo. Realtà e fantasia si compenetrano e l’anima della scrittrice (e quindi la scrittura stessa) passa da esplosioni di felicità iridescente a un vuoto cupo e senza soluzione. Ma una soluzione c’è, come una trama e per quanto suggestivo e fuorviante, questo romanzo approda a una conclusione netta, che non lascia spazio a interpretazioni.
"La donna delle Azzorre (Piemme editore) è l’opera di un’autrice, italiana, Romana Petri, fra le più stimate. E che meglio riesce a rendere sulla pagina gli aspetti più ambigui dell’animo umano. Una lettura che ci distacca dalla quotidianità per trasportarci su altre terre, su altri stati d’animo."
Alberto Grandi
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