Foram buscar-me ao cacilheiro que atravessou o Tejo na noite refrescante de Lisboa. Após Roma, qualquer aragem é bem vinda, seja do rio ou oceano. A ausência dos amigos da viagem e das cantigas aprofundou o silêncio e as poucas horas dormidas junto com as longas esperas nos aeroportos provocaram uma dormência que não me permitiu explicar os dias anteriores vividos intensamente.
Hoje partiram cedo para uma curta viagem e só amanhã poderei contar-lhes do sucesso musical dos diversos concertos do Coro da AMIT por terras romanas, dos miúdos sorridentes, meigos e de olhos profundos do Coro de Guatemala, dos bem dispostos franceses do Coro da Bretanha e dos músicos e cantores "um pouco impertigados" do Coro de Gales.
No seu regresso dir-lhes-ei do que revivi pouco mas intensamente daquela cidade, porque depois de tantas viagens, gentes e lugares já concluí que o que importa mesmo são os momentos únicos em que se apreciam, por exemplo, nas Galerias de Arte Moderna e Antiga, acompanhada de amigos, os quadros de sempre.
Judite decapitando Holofernes
de Michelangelo Merisi da Caravaggio
1597-1598
Shangai Blues de Elisa Montessori (n. Genova, 1931)
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